sábado, 28 de junho de 2008

Simples Mortais - Samara Deboni



Direção: Mauro Giuntini
Brasil – 2007
80min




Não há nenhum problema com a história da jornalista que não pode ter filhos, nem com o pai que fuma maconha com o filho ou com o professor seduzido pela aluna a não ser a abundancia de clichês no mesmo filme. Isso poderia ser resolvido na caracterização dos personagens. Com bons personagens o filme poderia ficar realmente interessante, mas não é o que acontece neste filme. Às vezes os personagens secundários estão lá apenas para servirem como a representação de uma idéia que é importante para a trama, mas não se faz necessário que se conheça esses coadjuvantes profundamente. Infelizmente, em Simples Mortais assim também são os protagonistas.

A jornalista está desesperada para ter um filho, mas as suas tentativas não estão funcionando. Após seu namorado fazer um exame descobre que ele não tem esperma em quantidade nem qualidade para tal, mas ela continua em busca de alternativas. Apesar de tudo, até o final do filme ela não obtém sucesso e vê-se frustrada. O que os três personagens têm em comum é esse insucesso na concretização de seus desejos ou nenhuma evolução no que diz respeito a sua história.

O diretor Mauro Giuntini afirma que aborda o cotidiano de pessoas comuns da classe média. “Acho que o cinema brasileiro tem se dedicado muito a mostrar personagens em situação limite, normalmente de classes menos favorecidas. Há um certo medo de falar da classe média, que é realmente quem vai ao cinema” disse ele. Realmente carecemos de filmes que tratem da classe média no Brasil. Simples Mortais poderia ter sido um filme bom sem nenhuma pitada de situação limite, mas se os personagens fossem menos planos. São sempre decididos do que almejam e não apresentam muitas contradições. O professor nada se questiona sobre a relação com sua atual mulher e o porquê da quase obsessão por sua aluna, que por sua vez também não convence como sedutora daquele professor.

Que o filme conseguiu a simpatia do público, é verdade, pois contou com a sua identificação com as situações e personagens. Como por exemplo, a cena em que o pai e o filho após terem fumado maconha ficam de “larica” e passam por momentos engraçadinhos na cozinha. Ou quando a jornalista âncora está ao vivo na TV e por causa de uma notícia engraçada não consegue se conter e ri sem parar. O texto é exatamente o mesmo do famigerado vídeo em que a Lillian Witte Fibe passa pelo mesmo problema.

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