sábado, 28 de junho de 2008

Irina Palm - Samara Deboni



Direção : Sam Garbarski.
Bélgica / Luxemburgo / Inglaterra / Alemanha / França – 2007
103 min





Ollie é um menino que sofre de uma doença rara. Precisa imediatamente de um transplante e na Austrália terá o tratamento adequado. Mas o orçamento da família já está debilitado graças aos gastos com a mesma finalidade e não há condições de bancar a viagem. Meggie, a avó de Ollie, vive uma vida tranqüila no subúrbio de Londres, mas que passa por uma mudança após ela ter um pedido de empréstimo recusado e decide arrumar um emprego para ajudar o neto.

Da mesma forma a trama toma outro rumo e passa não ser mais a história de Ollie, mas sim de Meggie que não obtém muito sucesso na sua procura, mas tem uma última alternativa: em frente a um estabelecimento chamado Sex World está em uma folha, escrito à mão, um anúncio de emprego. O dono da casa, Miki, vê potencial nas mãos macias de Meggie. O seu novo trabalho será masturbar homens através de um buraco na parede.

Mas a partir daí o filme distorce a idéia interessante da viúva sessentona que rejuvenesce graças à derrubada de preconceitos. Agora a narrativa acelera seu ritmo e usa o ar cômico como disfarce para o moralismo. Mostra a adaptação de Meggie ao novo emprego e o seu sucesso repentino. Homens fazendo fila e dinheiro nas mãos dela. Logo ela conquista a sua clientela, adota um nome mais sedutor, Irina Palm, como aconselhou Miki e logo Irina é a mão mais famosa da cidade. Luisa é uma personagem que aparece para reforçar a idéia de sucesso de Irina. Luisa é sua colega de trabalho que acaba sendo demitida por não dar mais lucros já que seus clientes passaram a freqüentar a cabine da novata. Seu patrão também se mostra atraído por ela e os dois passam a compartilhar momentos agradáveis passeando pela cidade após o expediente.

Paralelo e isso as amigas de Meggie quebram a cabeça tentando descobrir qual é o seu novo emprego. E seu filho, a procedência de toda aquela grana que a mãe está conseguindo. A narrativa segue convencional e linear e o maior conflito se estabelece. A essa altura o segredo acaba sendo revelado e imediatamente tem a desaprovação de uma de suas amigas, Jane, e depois de seu filho Tom. As pessoas da sua comunidade e a família que representam o obstáculo na nova fase da vida de Meggie são só vencidos porque o filme passa a tentar justificar a atitude dela. E de repente o tratamento do neto não parece ser mais o suficiente para que ela tenha se submetido a tal ofício. Como ainda não nos foi revelada a história pregressa da personagem, a narrativa apela para o diálogo. Na cena em que Meggie está sofrendo as críticas de sua amiga Jane no mercadinho, Meggie declara na frente de todos que sabia do caso de Jane com o seu marido, que ele confessara antes de morrer. Deixando sua amiga sem argumentos contra ela. Esse diálogo força a tentativa de inocentar Meggie contra as acusações da sua amiga. Como se precisasse de uma motivação para que a viúva se deixasse seduzir pelo cafetão e ainda trabalhasse para ele sem considerar a memória de seu marido e o quanto ele desaprovaria tudo isso, como apontou Jane. De qualquer forma, como era de se esperar, além de calar a boca dos repressores ela manda seu neto para Austrália. O que pode surpreender alguns espectadores é que Garbaski não opta por mostrar o andamento do tratamento de Ollie porque o mais importante é saber que Meggie volta ao Sex Wold para encontrar com Miki. E enfatiza a idéia de que a história aqui é mesmo sobre a vovó.

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