sábado, 28 de junho de 2008

O Grande Lebowski - Marcos Francisco Nascimento Silva


The Big Lebowski
Direção: Joel Coen e Ethan Coen
EUA – 1998
117min




“Não me chame de Lebowski, eu sou o Cara!”
(O Grande Lebowski)


Como de costume, os filmes dos irmãos Coen, são habitados por uma galeria de personagens curiosos e singulares. O Grande Lebowski (1998), não foge á regra, dirigido por Joel Coen trata-se de uma comédia da vida, ou das simples coisas que passam por ela.

Na trama, temos o protagonista, Lebowski (Jeff Bridges), “the dude”, que se auto-intitula “o cara”, o ser mais preguiçoso de Los Angeles, uma espécie de homem que parou no tempo, necessita apenas do conforto em sua volta, passa os dias treinando com seu time de boliche, em casa relaxa na banheira ao som de cantos de baleia, prepara um drink, fuma seu baseado, deita-se no tapete da sala, sua felicidade se concentra em coisas pequenas e simples da vida. Essa tranqüilidade corriqueira do cara é interrompida por um par de capangas que invadem seu ambiente de retiro, tiram seu sossego e mijam no seu tapete da sala, o engano é notável, os capangas procuravam por outro Lebowski, um homem bem sucedido e com uma aparente fortuna.

Com a vida em desequilíbrio, pela falta do tapete, o cara recorre ao outro Lebowski para um pedido de um novo tapete, “ele compunha a sala” argumenta o cara, com um novo tapete furtado sobre os braços tudo parece perfeito, como anteriormente, a sala volta a ser completa. Logo depois o cara é chamado de volta, e o milionário Lebowski o quer como intermediário entre ele os seqüestradores de sua mulher, a endividada Bunny, uma ex-atriz pornô,

A trama se desdobra cada vez mais absurda, agora temos o cara em meio a uma trillher policial, parece beber da fonte de films noir, seqüestro, carros e tiros de formas não convencionais, embalados com uma pitada de sexo, drogas e um pouco de rock’n’roll, remete a chapaceira anárquica de Cheech & Chong, criando uma espécie de celebração ao espírito norte-americano tão comum nos anos 60.

Jeff Bridges cativa, seu olhar preguiçoso, sua serenidade, sua dificuldade em articular diálogos e pensamentos, funcionam maravilhosamente bem, John Goodman também cria um tipo interessante, sujeito explosivo e paranóico, que relaciona tudo com seus traumas de guerra, temos Juliane Moore como a filha do milionário, uma artista conceitual, que a principio ajuda o cara a desvendar o caso Bunny e seu suspeito seqüestro, que acaba grávida do cara depois de uma noitada.

O filme é composto de personagens gostosos de se acompanhar e entender, existe certa atração apenas pelo modo de se comportarem e reagirem, consigo simpatizar com uma ironia que se mostra natural, destilando humor negro no roteiro e surrealismo pop nos diálogos.

Gosto de pensar que a narrativa do filme é levada por Lebowski, acompanhamos o cara em seu cotidiano e frustrações, até nas suas alucinações, o filme trata sim da vida, a vida que leva Lebowski, um típico vagabundo americano da costa oeste, um bom vivam que sobrevive acima de tudo, e mesmo solteiro, deixa um filho no mundo, conquista sem querer o sonho perpetuar a sua espécie, o vagabundo.


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