sábado, 28 de junho de 2008

O Pântano - Lívia Bonhsack





La Ciénaga
Direção: Lucrecia Martel
Argentina – 2001
103min





As férias de duas famílias é o tema deste filme, O Pântano, de Lucrecia Martel. A trama se inicia com a família arrastando cadeiras à beira de uma piscina esverdeada. O som das cadeiras sendo arrastadas se funde com som do vinho sendo colocado no copo com gelo e trovões.

Sem trilha musical extra diegética, a trilha sonora se dá principalmente pelos insistentes barulhos de trovão. Ruídos da chuva, goteira e vento ajudam a compor a trilha sonora que nos leva à sensação de exaustão.

Dias terrivelmente quentes, com umidade elevada, onde não temos vontade de fazer nada a não ser ficar parado na frente de um ventilador, onde parece tudo estar suando e grudando, é isto o que se passa no filme. Este vapor que nos sufoca causando um torpor é evidenciado nas cenas de longos silêncios, no quintal com uma tartaruga andando lentamente, um telefone tocando que ninguém quer atender e o tédio aparente.

A água está presente durante quase toda a narrativa, com as grandes pancadas de chuva, no rio, na piscina esverdeada, nos banhos, nas pias que servem desde para lavar um machucado até para encher uma forma de gelo, no suor inevitável e principalmente durante todo o tempo no som, que mesmo nas cenas internas, onde não podemos ver, a trilha não nos deixa esquecer que este verão está sendo bastante úmido e chuvoso.

Quando estamos embriagados deste clima, não agüentando mais o calor e a viscosidade causada pelo clima, ouvimos novamente o som incomodativo da cadeira sendo arrastada anunciando o término desta ociosidade.

O trovão, chuva e vento continuam até se fundirem agora com o som de um rádio de carro, enquanto se passam os créditos finais.

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